sexta-feira, 20 de junho de 2014

Missionários jesuítas: O inicio da educação indígena

A escola entrou na comunidade indígena como um corpo estranho, que ninguém conhecia. Quem a estava colocando sabia o que queria, mas os índios não sabiam, hoje os índios ainda não sabem para que serve a escola. E esse é o problema. A escola entra na comunidade e se apossa dela, tornando-se dona da comunidade, e não a comunidade dona da escola. Agora, nós índios, estamos começando a discutir a questão. (KAINGANG apud FREIRE, 2004:28). 
   A escola para os índios no Brasil começa a se estruturar a partir de 1549, quando chega ao território nacional a primeira missão jesuítica enviada de Portugal por D. João III. Composta por missionários da companhia de Jesus e chefiada pelo padre Manuel da Nóbrega, a missão incluía entre seus objetivos o de converter os nativos à fé cristã. 
  No processo de catequização, os missionários procuraram antes de se aproximar dos indígenas, para conquistar sua confiança e aprender suas línguas. Esses primeiros contatos ocorreram ora em clima de grande hostilidade, hora de forma muito amistosa. Os índios que ofereciam resistência eram vistos como selvagens e embrutecidos, precisando ser pacificados, a resistência a escravização levou a batalhas sangrentas com os colonizadores. 

   A principio, para ensinar os índios a ler, escrever e contar, os missionários jesuítas percorriam as aldeias em busca, principalmente das crianças. Por não disporem de instalações próprias para o ensino, essas missões foram chamadas de volantes. 
  Aos poucos foram se definindo dois ambientes distintos onde os jesuítas ensinavam: as casas- para a doutrina dos índios não batizados - e os colégios a educação tinha um caráter mais abrangente e estava voltada para a formação de pregadores que ajudariam os jesuítas na conversão de outros índios. 
  Mas esses ensinamentos, impostos e distantes da realidade dos nativos, não produziram mudanças no seu modo de vida, de forma direta e com a rapidez e facilidade que esperavam os portugueses. Bastava que eles voltassem ao convívio com outros índios que, mesmo aqueles batizados, retornavam aos seus costumes e crenças. 

  Para evitar o contato dos índios com os colonos ocidentais ( que não eram bem vistos pelos jesuítas) os jesuítas recorreram ao aldeamento, que consistia na criação de grandes aldeias próximas das povoações coloniais para agrupar os índios trazidos de suas aldeias no interior. Os índios passavam a viver sob as normas civis e religiosas impostas pelos padres missionários, sem nenhum contato com o mundo externo a não ser quando esse atendesse a algum interesse dos jesuítas. 
  Os aldeamentos tinham a função de negar valor às culturas indígenas e impor uma nova ordem social. O ensino centrava-se na catequese, sendo totalmente estruturado sem levar em consideração os princípios tradicional da educação indígena, bem como as línguas e as culturas desses povos. A língua geral era uma adaptação de várias línguas indígenas feita pelos missionários e ensinada as diferentes comunidades indígenas. 

Conteúdo disponível em: portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoindigena.pdf

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